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A Raiva


Emoção ambígua, negativa, caracterizada por sentimento de protesto, frustração, insegurança, timidez, desagrado e grande irritação perante uma pessoa ou um acontecimento que prejudicou, de certa forma, o nosso bem estar. A função chave desta emoção é a destruição. É vivida intensamente mas tem uma curta duração. É uma emoção bastante nociva para o nosso organismo e a mais perigosa das emoções, devido ao seu potencial de violência, mas, também tem um carácter protetor, associada ao conceito de "luta". Sabia? Mesmo integrando no que chamamos emoção negativa, a verdade é que estas emoções foram desenvolvidas fisiologicamente, para que a nossa espécie fosse preservada.

Quando experienciamos esta emoção, os sentimentos agregados à raiva potenciam uma ação, permitindo uma defesa daquilo que acreditamos ( como por exemplo, agir perante uma situação de perigo). Pode-se dizer então, que, uma raiva moderada poderá nos ajudar a pensar no que não está a correr tão bem na nossa vida, motivando-nos a encontrar soluções para os nossos problemas. A raiva, permite também descarregar energias de tensão que se encontram acumuladas em nós. É de facto, por estas razões, uma emoção protetora, pois não tem como propósito a destruição de tudo e todos á nossa volta, mas sim, como referi anteriormente, proteger aquilo que é importante para nós.

É importante valorizar quando a Raiva é sentida de uma forma descontrolada, pois interfere diretamente nas pessoas que nos rodeiam. No entanto, esta emoção não deverá ser interiorizada, já que se o fizermos a longo prazo, poderá dar lugar a quadros depressivos e de ansiedade. Esta emoção, quando descontrolada e vivida de uma forma constante, torna-se também prejudicial à nossa saúde física e psicológica, devido à secreção elevada de Cortisol (Hormona do stress). Quando esta hormona é libertada em excesso, pode destruir neurónios que estão ligados à memória de curto prazo, enfraquecer o sistema imunitário e alterar a nossa capacidade de julgamento.


A nível fisiológico manifesta-se:

  • Aumento da frequência cardíaca

  • Aumento do tónus muscular (hipertonia)

  • Aumento da frequência respiratória

  • Maior tensão cognitiva (agir sem pensar)

  • Aumento de adrenalina

  • Agitação interior

Sendo então uma emoção protetora, quer dizer que uma criança que a experiencia de forma regular, também se sente ameaçada de forma recorrente e a sua intensidade também estará comprometida pela a ameaça apreendida (quanto maior a ameaça, maior a intensidade da raiva). Mas nem sempre existe um perigo real para experienciarmos esta emoção. Muitas vezes, surge da própria pessoa e não do ambiente que a circunda. Por exemplo, temos uma criança que recentemente teve um irmão. Esta criança irá sentir à partida, ciúme. E o que é o ciúme neste caso? É o medo de perder a atenção dos seus pais. Ao sentir o medo de perder alguém que ama para outra pessoa, neste caso para o seu irmão, a criança irá se sentir ameaçada, passando a sentir raiva do irmão, porque o vê como um rival. No entanto, isto não é uma ameaça real, é algo que a criança sente na sua cabeça. Este tipo de raiva não tem qualquer justificação, e como tal poderá influenciar negativamente a relação desta família.

É uma emoção bastante experienciada pelas crianças, não só pela sua imaturidade a nível cerebral (maturação cerebral), mas também por episódios recorrentes de frustração (típico nas crianças, despoletada quando por exemplo lhes pedimos para fazer algo que elas não querem). É necessário esta emoção ser gerenciada pelos pais, atribuindo ferramentas á criança de autocontrolo. Deve haver também por parte dos pais, uma atenção nos casos frequentes, após os 4 anos de idade, pois podem estar relacionados, segundo a Escola de Medicina de Yale, a outras condições de saúde mental, como TDHA (Transtorno de défice de Atenção), autismo, TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) ou Síndrome de Tourette.

Normalmente, o estado de "birra" está associado a experiências desta emoção. Qualquer pai, tem um sentimento de frustração quando vivencia este comportamento descontrolado. Mas o importante é, enquanto pais e/ou cuidadores termos a noção de que parte de nós essa autorregulação. Tentar controlar esta emoção com punições ou de forma violenta irá enfatizar o estado emocional experienciado. Quando você tem uma atitude destas com o seu filho, só lhe está a demonstrar que não consegue controlar os seus próprios sentimentos e certamente não o estará a transmitir a calma que ele necessita. Nestas situações, o melhor é o diálogo. De que forma poderemos ajudar?

  • Converse com ele de forma agradável. Escute-o de forma ativa. Pergunte o que pode fazer para o ajudar.

  • Separar sentimentos de comportamentos - Viver esta emoção é válido (valide a emoção dele), mas comportar-se de forma agressiva ou prejudicial não.

  • Seja paciente, mas não permissivo (as crianças necessitam também de limites bem claros para ajudar a compreender que por vezes os seus comportamentos comprometem os que estão á sua volta).

  • Ajude-o a acalmar. Existem diferentes formas, mas a melhor será o controlo da respiração ( a criança coloca o dedo indicador da mão direita na base exterior do dedo mindinho. O indicador vai percorrer desde a base até ao topo do dedo e aí pede-se á criança para inspirar, continua a percorrer o mesmo dedo mas agora descendentemente e pede-se para expirar. Deve-se repetir este processo por todos os dedos, ascendente inspira, descendente expira). Este exercício permite baixar a frequência cardíaca e respiratória, baixando os níveis de cortisol.

Espero que tenham gostado.

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